quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Barack Obama: Yes We Can

O homem do ano e o momento do ano, que ficará registado nos anais da história. 2009 chegará e então se verá se sim, nós podemos vencer a crise. Como? mudança (change). O grandes homens não são os que emitem palavras vãs mas os que juntam às palavras as acções.

Barack Obama: Our Moment Is Now, full speech

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

60 anos da Declaração Universal dos Direitos do Homem











Os dados da agência da ONU para a Agricultura e Alimentação referem que, em 2007, passavam fome 923 milhões de pessoas e que, neste momento, este número aumentou, contando com mais 40 milhões de pessoas, apesar do preço dos alimentos ter vindo a baixar desde o início de 2008.
«Mais 40 milhões de pessoas juntaram-se este ano ao grupo de subalimentados do planeta, principalmente, devido à subida dos preços dos géneros alimentares, de acordo com as estimativas preliminares da FAO», afirmou Jacques Diouf. Os dados da agência da ONU para a Agricultura e Alimentação referem que, em 2007, passavam fome 923 milhões de pessoas e que, neste momento, este número aumentou, contando com mais 40 milhões de pessoas, apesar do preço dos alimentos ter vindo a baixar desde o início de 2008.
«Mais 40 milhões de pessoas juntaram-se este ano ao grupo de subalimentados do planeta, principalmente, devido à subida dos preços dos géneros alimentares, de acordo com as estimativas preliminares da FAO», afirmou Jacques Diouf.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Louvado sejas, ó Magalhães!

querem melhor combate à política de exibicionismo e propaganda descarada...

Magalhães, um computador multifacetado

Não é que a ideia em si seja má. Mas servir de tema para uma música numa acção de formação...

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

retrospectiva 2 do mês de Setembro

Hugo Chávez anuncia compra de computadores portugueses. É o Magalhães a internacionalizar-se. Não quererá comprar o sistema educativo de cá também ?!

restrospectiva 1 do mês de Setembro: uma grande entrevista

P. Quando diz que o verbo Ensinar foi banido, está a referir-se ao facto de ele ter sido banido do discurso oficial?
R. Sim, e essencialmente dos programas. Segundo esse discurso, um professor não ensina, deve apenas «respeitar o discurso que os alunos trazem de casa», estar atento aos seus interesses, deixando-se estimular por eles. Esta nova estratégia pedagógica foi apresentada, como incontornável, numa acção promovida pelo Ministério da Educação (ME), em que estive presente (...)
P. Como interpreta isso?
R. Pura e simplesmente como estratégia para obter um êxito rápido e cumprir metas estatísticas. Com efeito, as novas teorias pedagógicas, uma ofensa à nobreza da pedagogia, viciam os alunos no facilitismo, cultivando a preguiça e a ignorância e afastando-os do convívio, consequente, com os textos literários, (no caso do Português), cuja leitura agora se denomina «recreativa»; por outro, querem fazer ver aos professores que a situação se inverteu e agora são os alunos que «ensinam» e definem as regras do jogo. (...)
P. E que compete precisamente ao professor mostrar novos caminhos, outros mundos para além do deles. Ou não será o maior interesse dos alunos justamente aprender? e aprender coisas novas, que não se conhecem se não forem mostradas?
R. (...) A esta desigualdade de oportunidades, que a Escola promove, chama-se cavar o fosso entre ricos e pobres, para mais tarde, como diria Vieira, no seu «Sermão de Santo António aos peixes», os maiores comerem os mais pequenos. Expressiva é também a frase de uma das canções de Schumann: “Aqueles que são ignorantes são fáceis de conduzir». Na verdade, quem não pensa, acaba por baixar os olhos, caminhar em grupo, seguindo os passos de quem o conduz, esquecendo-se de si próprio. E é um crime, fazer com que os alunos se esqueçam de si próprios, se anulem enquanto seres humanos, nunca reflictam sobre o que quer que seja. E depois admiramo-nos com o facto de os jovens não irem votar...
Maria do Carmo Vieira in Notícias Magazine

quarta-feira, 17 de setembro de 2008



O tempo corre sem cessar, corre rumo a um futuro quase sempre incerto, vindo de presente quase sempre pouco duradouro. É esta a roda-viva do tempo que nos envolve, entranhando-se profundamente na nossa derme. Nem mesmo a vontade férrea pode parar o tempo.

Mas desenganem-se aqueles que pensam que o tempo se inscreve apenas na derme. Este fixa-se ainda na história e na memória. Tanto mais é valioso o tempo, quanto o valor dos acontecimentos que nele decorrem. O tempo é, em primeiro lugar, o tempo que se alimenta incessantemente de si próprio, perpetuando-se a si mesmo, e em segundo lugar, é o tempo da relação do eu com os outros no mundo.

Não se vence o tempo, dá-se tempo ao tempo, e ele a seu tempo haverá de dizer de sua justiça.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

umas quantas anotações...

Uma primeira palavra para os Jogos Olímpicos que decorreram em Pequim, sublinhando a magistral cerimónia de abertura dos jogos e o fantástico encerramento dos mesmos, um espectáculo cénico digno de registo para mais tarde recordar, demonstrando todo o potencial da China ao resto do mundo. Para mais tarde recordar também as oito medalhas conquistadas por Michael Phelps com sete recordes do mundo e um recorde olímpico. Fica na memória ainda o assombro que é Usain Bolt a correr os 100 e os 200 metros, minimizando por completo os seus adversários. A não esquecer, Vanessa Fernandes e Nélson Évora, medalha de prata no Triatlo e medalha de ouro no Triplo Salto respectivamente. Em comum, manifestação pura de vontade de vencer, de força anímica capaz de os levar a superar os seus limites, numa demonstração clara que não basta apenas querer é preciso também acreditar. Só esta força nos move para lá do possível e nos faz sonhar com o impossível.
É também desta força que nos socorremos quando nos encontramos em situações limite, como foi o caso dos sobreviventes do acidente aéreo com um avião da Spanair no aeroporto de Barajas - Madrid. Quando a vida parece querer pregar-nos uma partida é preciso acreditar que somos capazes de pregar nós uma partida à vida. Se desistirmos a meio da partida acabamos mesmo por desvanecer. É preciso acreditar pois que a vida continua.
Umas quantas palavras com um pendor mais pesado para destacar duas situações, uma no plano internacional, outra no plano nacional. Quando olhamos para o mundo e vemos um jogo de xadrez que se joga sem prestar grande atenção ao valor em si dos peões que se movem, mas mais ao objectivo que se quer cumprir com a movimentação dos peões em causa. corremos o risco de esquecer as pessoas para priviligiar a estratégia. Nenhuma estratégia política merece esse privilégio. É este o caso da Ossétia do Sul e Abkházia, dois peões no meio de uma estragégia de afirmação de poder da Rússia face aos Estados Unidos e à NATO. Porque um adversário só se afirma realmente quando está diante de outro adversário do mesmo nível ou superior, e como no xadrez ninguém quer acabar o jogo só com o rei, a rainha e os bispos para cada um dos lados, é preciso movimentar convenientemente as outras peças. É este o caso. Haja uma diplomacia séria que se preocupe em resolver problemas concretos das pessoas em situações concretas, seja no Cáucaso, seja em qualquer parte do mundo. O resultado de um jogo de estratégia geo política tivemo-lo em diversas ocasiões do século XX. Queremos repetir o cenário...
Parte desta ideia de encarar as situações encontramo-la no plano nacional. Quando nos concentramos demasiado no nosso umbigo, nos números ou nas estatísticas, acontece que esquecemos as pessoas concretas com os seus problemas concretos. Resultado, casos crescentes de criminalidade violenta. A realidade concreta de Portugal é que quando as primeiras impressões começam a surgir, assobiamos para o lado, espreitamos os números se for o caso, comparamos com os outros países e chegamos à conclusão que há-de acabar de passar com o tempo, ou então aplica-se um paliativo de curta duração, como seja, muda-se as pessoas para um bairro social, altera-se o Código de Processo Penal, coloca-se mais polícia durante x tempo num determinado local. Conclusão, esquece-se das pessoas e dos seus problemas. Se se fomenta-se a integração social e o emprego, se o Código de Processo Penal puni-se realmente quem prevarica, se as pessoas não fossem um número, mas uma pessoa na verdadeira acepção da palavra, passaria-se isto que se passa. Se somos um Estado de Direito as regras devem ser por inteiro a direito, sejam elas regras jurídicas, sociais ou de distribuição equitativa da riqueza. O sentimento de que o que começa raramente ou nunca tem uma resolução conclusiva asfixia qualquer Estado de Direito. Dá ideia que é isso que sucede em Portugal...

terça-feira, 12 de agosto de 2008

da condição humana...

Homens e mulheres nascemos, lançados num mundo incógnito, colocados diante de inúmeros desafios, confrontados constantemente com a necessidade de encontrar as respostas que ansiamos, assim é a nossa condição humana. Eis o HOMEM:

"INSOFRIDO TEMÍVEL ADAMADO PURO SAGAZ INTELIGENTÍSSIMO MODESTO RARO CORDIAL EFICIENTE CRITERIOSO EQUILIBRADO RUDE VIRTUOSO MESQUINHO CORAJOSO VELHO RONCEIRO ALTIVO ROTUNDO VIL INCAPAZ TRABALHADOR IRRECUPERÁVEL CATITA POPULAR ELOQUENTE MASCARADO FARROUPILHA GORDO HILARIANTE PREGUIÇOSO HIEROMÂNTICO MALÉVOLO INFANTIL SINISTRO INOCENTE RIDÍCULO ATRASADO SOERGUIDO DELEITÁVEL ROMÂNTICO MARRÃO HOSTIL INCRÍVEL SERENO HIANTE ONANISTA ABOMINÁVEL RESSENTIDO PLANIFICADO AMARGURADO EGOCÊNTRICO CAPACÍSSIMO MORDAZ PALERMA MALCRIADO PONDEROSO VOLÚVEL INDECENTE ATARANTADO BILTRE EMBIRRENTO FUGITIVO SORRIDENTE COBARDE MINUCIOSO ATENTO JÚLIO PANCRÁCIO CLANDESTINO GUEDELHUDO ALBINO MARICAS OPORTUNISTA GENTIL OBSCURO FALACIOSO MÁRTIR MASOQUISTA DESTRAVADO AGITADOR ROÍDO PODEROSÍSSIMO CULTÍSSIMO ATRAPALHADO PONTO MIRABOLANTE BONITO LINDO IRRESISTÍVEL PESADO ARROGANTE DEMAGÓGICO ESBODEGADO ÁSPERO VIRIL PROLIXO AFÁVEL TREPIDANTE RECHONCHUDO GASPAR MAVIOSO MACACÃO ESFOMEADO ESPANCADO BRUTO RASCA PALAVROSO ZEZINHO IMPOLUTO MAGNÂNIMO INCERTO INSEGURÍSSIMO BONDOSO GOSMA IMPOTENTE COISA BANANA VIDRINHO CONFIDENTE PELUDO BESTA BARAFUNDOSO GAGO ATILADO ACINTOSO GAROTO ERRADÍSSIMO INSINUANTE MELÍFLUO ARRAPAZADO SOLERTE HIPOCONDRÍACO MALANDRECO DESOPILANTE MOLE MOTEJADOR ACANALHADO TROCA-TINTAS ESPINAFRADO CONTUNDENTE SANTINHO SOTURNO ABANDALHADO IMPECÁVEL MISERICORDIOSO VOLUPTUOSO AMANCEBADO TIGRINO HOSPITALEIRO IMPANTE PRESTÁVEL MOROSO LAMBAREIRO SURDO FAQUISTA AMORUDO BEIJOQUEIRO DELAMBIDO SOEZ PRESENTE PRAZENTEIRO BIGODUDO ESPARVOADO VALENTE SACRIPANTA RALHADOR FERIDO EXPULSO IDIOTA MORALISTA MAU NÃO-TE-RALES AMORDAÇADO MEDONHO COLABORANTE INSENSATO CRAVA VULGAR CIUMENTO TACHISTA GASTO IMIRALÃO IDOSO IDEALISTA INFUNDIOSO ALDRABÃO RACISTA MENINO LADRADOR POBRE-DIABO ENJOADO BAJULADOR VORAZ ALARMISTA INCOMPREENDIDO VÍTIMA CONTENTE ADULADO BRUTALIZADO COITADINHO FARTO PROGRAMADO IMBECIL CHOCARREIRO INAMOVÍVEL..."
O'NEILL, Alexandre 1972 — Entre a Cortina e a Vidraça

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Pense-se nisto...

O peso dos números:
a) Pobre é alguém que não consegue satisfazer de forma regular todas as necessidades básicas, assim consideradas numa sociedade como a nossa. Miséria é uma parte disso.
b) Mais de metade dos portugueses estão vulneráveis à pobreza, isto é, vivem uma situação de privação por falta de recursos.
c) 46 % das pessoas e 47 % dos agregados passaram pela pobreza, em pelo menos um dos seis anos. Entre as famílias pobres, mais de metade (54 %) esteve na pobreza durante três ou mais anos e cerca de um terço (72 %) durante dois anos, enquanto 6,5 % dos agregados passou mesmo todo este período em dificuldades financeiras. Os pensionistas representam um terço das pessoas pobres em Portugal.
d) 35 % dos pobres em Portugal têm emprego.
Quando olhamos para o peso destes números e acrescentamos a estes o facto de a inflação se situar em 3,4 % e o Banco de Portugal projectar o crescimento económico de 2008 em 1,2 % e o crescimento de 2009 em 1,3 %, facilmente a consciência se atormenta perante a dura realidade reportada. Como diz o velho ditado português: 'quem não se sente não é filho de boa gente', e se muitos o sentem, os números o dizem, outros tantos devem sentir esta realidade. Sentir acima de tudo na redistribuição justa daquilo que a todos pertence. Não basta dizer que a situação é difícil, que a realidade é dura. É que as palavras sem um conteúdo concreto são vãs e vazias de sentido. Agir pois é preciso.
Retóricas astutas não obrigado, politiquices triviais não obrigado, compromissos sérios sim.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

João Villaret :: Cântico Negro :: José Régio

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Não se pode colher sem antes semear...

Alegrias e tristezas

Entre alegrias e tristezas o mundo continua a girar. Lá por fora mais do mesmo, os ditames do mercado, alheios como sempre às necessidades bem reais das pessoas, impulsionam os ganhos conseguidos com o aumento do petróleo. Não é tanto a lei da oferta e da procura que dita este aumento generalizado, disto não tenhamos dúvidas. Os maiores produtores de crude já o disseram. Pagamos agora a factura da ausência de produtos financeiros sólidos que satisfaçam generosamente os investidores e especuladores. A política do aqui e do agora no domínio económico esgotou-se. Há que dar lugar à política do aqui, agora e para o futuro no domínio social, pensado de forma sustentada e coerente. É hora sobretudo de "ensinar a pescar", e não tanto de "pescar sem ensinar".
Por cá, o tempo gira de igual modo entre tristezas e alegrias. Umas quantas alegrias vindas de outras tantas vitórias no Europeu de Futebol, uma ou outra tristeza na sequência da eliminação da selecção nacional nos quartos de final frente à Alemanha. Mais uma vez se provou que os erros pagam se caro, e que a lição estuda se antes do jogo não a meio. Nestas coisas antes de se desculparem os erros devem se evitá-los. Uma palavra de apreço para a inegável qualidade de Deco e a inegável energia de João Moutinho.
Uma futura e espero que provável alegria ainda: a mais que justa aplicação da chamada taxa Robin dos Bosques aos lucros especulativos das petrolíferas.
A terminar uma tristeza: confirmou se o que já se sabia à muito, o Ministério da Educação governa única e exclusivamente com base nas estatísticas e nos rankings, os exames nacionais do 9º e 12º anos comprovadamente fáceis disso são exemplo.
O futuro não é o futuro estatístico é um futuro de pessoas realmente preparadas para as dificuldades.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Num tempo em que se faz contas à vida

Segundo o Instituto de Pesquisas da Paz (Sipri), sediado em Estocolmo, continuou no mundo a corrida ao armamento em 2006 (relatório Junho 2008). Os gastos militares cresceram 6 % em 2007, em comparação com o ano anterior, chegando a mais de 1,2 trilhão de dólares (cerca de 900 bilhões de euros). No período entre 1997-2007, os gastos militares cresceram 37%. Os Estados Unidos respondem por 45% desse total. Este país gastou mais dinheiro em armas que em qualquer outro ano desde a 2ª Guerra Mundial (1939-45) - 547 bilhões de dólares, 3,4% mais que em 2006. A Grã-Bretanha vem em segundo, com 59,7 bilhões de dólares, seguida pela China, que passou a França no terceiro lugar. O país asiático gastou 58,3 bilhões de dólares.
Após relatar a crescente e enorme influência da estrutura militar e de grandes grupos económicos nas esferas do poder, afirmava Eisenhower em 1961, no seu discurso de despedida após 8 anos na Presidência dos EUA:
«Nas esferas da governação, devemos proteger-nos contra a aquisição de uma influência indesejada, procurada ou não, por parte do complexo militar-industrial. Existe, e permanecerá, o potencial para um surto desastroso de poder mal concentrado. Não devemos nunca permitir que o peso desta conjugação ameace as nossas liberdades ou o processo democrático. Não devemos partir do pressuposto de que tudo esteja garantido

sexta-feira, 6 de junho de 2008

A dura realidade dos factos

A verdade é que a dura realidade dos factos prevalece face a cenários um tanto ou quanto ilusórios traçados por uns tantos que fazem por tapar o sol com a peneira. A realidade dos factos é que a população desempregada aumentou 65% em cinco anos, passando de um total de 270,50 mil indivíduos, em 2002, para 448,60 mil, em 2007, isto segundo o INE (Instituto Nacional de Estatística).
Durante estes cinco anos, em que tivemos, note-se, governos de diferentes cores políticas, muito do que se fez e se continua a fazer esteve e está ligado ao controlo das contas públicas, o déficit orçamental obrigou, de facto, a uma política de cinto apertado. O resultado, positivo saliente-se, saldou-se na redução do déficit para margens aceitáveis (entre 2% / 3%), assim como numa maior eficiência da máquina fiscal e de um saldo positivo nas contas da Segurança Social. Isto conta, é um facto, mas há outros factos, aqueles de uma dura realidade que também deve contar.
É que os números valem, mas as pessoas valem ainda mais, bastante mais. Esta realidade do facto do desemprego lembra-nos bem disso mesmo. Colocar junto a este facto outros, tais como, o agravamento das desigualdades sociais, o acréscimo de dificuldades económicas das famílias, a ida para outros países de muitos para fugir ao desemprego, à instabilidade e aos baixos salários, traça ainda uma realidade mais dura.
Já não é de agora, mas é para agora o urgente combate à dura realidade dos factos.

terça-feira, 3 de junho de 2008

O sonho é uma constante da vida

que o digam as crianças, o sonho de um amanhã melhor...
que o digam os portugueses que por estes dias apoiam com paixão a selecção de todos nós...

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Apontamentos


De quando em quando o pensamento acerca do futuro irrompe na nossa consciência com mais fulgor do que aquilo que normalmente acontece. Seres marcados pela dimensão da temporalidade e, portanto, intimamente ligados às circunstâncias, aos projectos que preenchem a vida, não abandonamos de ânimo leve a projecção do futuro. Faz parte da nossa essência a insatisfação, a inconclusão permanente, a árdua vontade de conquistar o futuro, de prever, de antecipar, de projectar, de planear com mais ou menos antecedência o futuro próximo e distante. Viver um dia de cada vez não significa que se afaste uma visão ampla daquilo que virá a ser o futuro, significa tão só que a cada momento nos sentimos mais próximos do instante que se segue, procurando na insatisfação de não ter alcançado ainda o momento seguinte a força capaz de nos conduzir aquilo que ansiamos (mais e melhor do que aquilo que agora vivenciamos). Que os tempos difíceis não nos tirem a força, e muito menos a esperança, de momentos próximos e distantes com horizontes mais alargados.

2 Notas: a) "Injustiça, desigualdade e impunidade são as marcas do mundo de hoje. Os governos devem agir agora para diminuir a distância que separa as suas promessas do seu desempenho”. O relatório de 2008 da Amnistia Internacional mostra que, 60 anos depois da Declaração Universal dos Direitos Humanos ter sido adoptada pelas Nações Unidas, as pessoas ainda são torturadas ou maltratadas em pelo menos 81 países, enfrentam julgamentos injustos em, pelo menos, 54 países e são proibidas de se expressar livremente em, pelo menos, 77 países. "O ano de 2007 caracterizou-se pela impotência dos governos ocidentais e pela ambivalência ou relutância das potências emergentes para enfrentar algumas das piores crises de direitos humanos do mundo, desde os conflitos enraizados até às crescentes desigualdades que estão a deixar milhões de pessoas para trás", afirmou Irene Khan.

b) "O preço do petróleo valia hoje quase menos nove dólares (5,75 euros) em Nova Iorque, face ao recorde histórico de 135,09 dólares (86,31 euros) atingido a 22 de Maio, reagindo ao efeito da queda do consumo de combustíveis nos EUA" in Publico. Esperamos para ver os reflexos por cá nos preços dos combustíveis. Será que sim, será que não?

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Dizer não

Os indicadores económicos e sociais que têm vindo a público traçam cada vez mais um cenário no mínimo acizentado quanto aquilo que será o panorama futuro da vida dos cidadãos, as taxas de juro dos empréstimos bancários não permitem grandes sorrisos, os aumentos dos salários continuam abaixo da inflação prevista, o crescimento económico é revisto em baixa face às previsões iniciais do Governo, a taxa de desemprego estabilizou mas não dá grandes sinais em querer diminuir, o custo de vida tem aumentado progressivamente, seja no preço dos bens alimentares, seja no preço dos combustíveis. Para além disto, salienta-se ainda que os indicadores sociais dizem nos que há cada vez mais gente no limiar da pobreza, que continuamos a distribuir de forma pouco equitativa a riqueza produzida, o fosso entre ricos e pobres agudiza-se portanto.
Perante este cenário precisa-se, não de eufemismos ou de paliativos para atenuar esta ou aquela maleita, mas de uma atitude séria, responsável e de rigor por parte de todos aqueles que podem e devem ser parte da resposta, sejam eles organismos do Estado ou instituições e organizações da sociedade civil. Não se espere só de um a resposta ao problema. Que cada um, orgãos do Estado incluídos, assuma uma atitude de força, que tenha a ousadia de dizer não (é difícil certamente) perante situações de manifesta afronta ao interesse público. Foi preciso chegar a este ponto para se perceber, por exemplo, que a liberalização do preço dos combustíveis durante estes anos tem sido muito provavelmente uma mega operação de maquilhagem?!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Factos preocupantes

Perante a tragédia consumada resta acima de tudo a ajuda, ajuda tal que perante uma tragédia humana com milhares de mortos e desalojados (35 mil de acordo com a contagem oficial das autoridades da Birmânia, perto de 100 mil estima a ONU) só se poderá chamar mesmo de ajuda humanitária. Quando se trata, como é caso, de uma tragédia humana que como a própria palavra indica envolve seres humanos porque há tanta relutância em agir quando há manifesta vontade e disponibilidade para o fazer?! Ficamo-nos só pelas palavras de condenação ao regime militar da Birmânia, e a "responsabilidade de proteger" constante da Carta das Nações Unidas. O ser humano em toda a sua fragilidade está antes de qualquer entrave económico, diplomático, de veto de um qualquer representante político, e está antes uma vez que foi exactamente o fundamento para a criação da Sociedade das Nações no pós II Guerra Mundial. Houve quem coloca-se em marcha a guerra em nome de um mundo mais livre e democrático, agora não se pede a guerra, apenas a ajuda a seres humanos altamente fragilizados por uma tragédia.
Por cá assistimos a mais um (já lá vão quinze) aumento do preço dos combustíveis, neste caso três cêntimos. As contas são simples de fazer, uma de somar outra de subtrair. Quem soma: as petrolíferas, as refinarias, os especuladores do mercado financeiro, o Estado (ISP e IVA); quem subtrai: os consumidores, ou seja, a maioria dos portugueses. Resumindo, ganham poucos, perdem muitos. Nem sempre a razão está do lado da maioria, mas neste caso sim, há mesmo razão de queixa.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Umas quantas considerações

Duas palavras: inaudito e incrível. Inaudito porque quanto mais se conhece dos contornos da história de Josef Fritzl mais se fica com o sentimento de que se trata de uma personagem inaudita, que excede por defeito os parâmetros pelos quais estamos habituados a avaliar o ser humano. Mais uma personagem que pode constar como uma figuração do mal, do absurdo. Incrível porque ficará sempre a pergunta: como pode parte de uma família viver 24 anos sequestrada na cave da sua própria casa sem que, cá em cima, todos os outros se dêem conta (família, hóspedes, vizinhos, polícia e o Estado Austríaco)?!
Quanto vale o exercício do poder, a influência, o governo de um Estado?! Por cá fazemos esta pergunta aos diversos candidatos do PSD, entre eles Pedro Passos Coelho, Manuela Ferreira Leite e Pedro Santana Lopes (ordem cronológica de apresentação das candidaturas). Começamos a procurar a resposta na frase que o marketing político de cada um pretende vender ao país: "O futuro é agora"; "Por Portugal, pelo PSD"; "Portugal: ambição de ganhar" respectivamente. A acreditar no que é dito, o poder vale o futuro e Portugal. Será mesmo este o seu valor?
Do outro lado do oceano fazemos esta pergunta a Barack Obama e Hillary Clinton. E acrescentamos uma outra: para quando o ticket presidencial? Ou o exercíco do poder vale pela obsessão de o ter...
Afinal raramente tenho dúvidas mas até me posso enganar e dizer o que me vai na mente sobre o que tenho feito ultimamente, terá sido este o pensamento de José Sócrates ao dizer: "o senhor deputado disse que há motivos de sobra para censurar este Governo, mas estes são os motivos errados." Com certeza que o Primeiro Ministro mais do que ninguém saberá os motivos certos para censurar este Governo. Enquanto for só ele a saber lá vai exercendo o poder...

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Maio


Poder dizer não, poder reivindicar, poder lutar por melhor...

sexta-feira, 25 de abril de 2008

25 de Abril

Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena

Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade

Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena

À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade

Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade

José Afonso, "Grândola, Vila Morena"

terça-feira, 22 de abril de 2008

Dia da Terra


"Age de tal maneira que os efeitos da tua acção sejam compatíveis com a permanência de uma vida autenticamente humana sobre a terra." - Hans Jonas

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Inquietações

Recentes constatações merecem a nossa atenção. Tem-se assistido a convulsões sociais com mais ou menos violência em países como o Haiti, Etiópia, Indonésia, Egipto que se devem à escalada do preço dos cereais. Só num ano o preço do trigo aumentou 130 % e do arroz aumentou 74 %. Tal aumento reflecte-se pois no preço pago pelos alimentos que são a base diária da alimentação das populações. Não é de estranhar, então, que a continuar a escalada dos preços aumentará em proporção as convulsões sociais.
É que, na verdade, como se sabe países de África ou do Sudeste Asiático estão altamente vulneráveis a este tipo de acontecimentos, as populações em si já possuem poucos recursos, verem-se agora a braços com o aumento dos preços da sua alimentação diária com certeza, aumentará ainda mais o seu grau de vulnerabilidade. Como se sabe, e vários exemplos históricos o demonstram, a fome é impulsionadora do protesto, do conflito e, também da guerra.
Se juntarmos a isto o facto de muitos destes países e as suas populações num futuro próximo poderem vir a sofrer um problema de escassez de água (provável origem de conflitos no século XXI) temos com certeza uma "bolha social" com consequências bem mais devastadoras do que aquela que recentemente deu origem à crise dos mercados bolsistas.
É caso para se dizer, "o mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer."

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Emoção

O que vai sucedendo, por vezes, deixa-nos incrédulos, suscitando em nós um verdadeiro turbilhão de emoções. Perguntamos nós como é que o mundo dá tantas voltas em tão pouco tempo, o que à pouco era deixa agora de o ser, não só por o tempo não parar de correr por si mesmo mas também porque as circunstâncias e as pessoas nelas envolvidas tendem a renovar se constantemente.
De onde vem a força, a vontade para o ser humano se auto renovar, onde vai ele buscar esta quando ela parecia não existir?! Não é uma mera capacidade mental ou dita racional que nos dá aquele golpe de asa capaz de renovar o nosso ânimo.
Não sendo contrária à razão parece ser a emoção que nos conduz à transfiguração, à reviravolta anímica. Até porque a raiz da palavra emoção é e-movere, o verbo latino "mover", mais o prefixo "e-", significando "mover para", o que sugere um movimento com vista à sua exteriorização. É neste sentido que as emoções são impulsos para agir, quiçá tão fortes quanto os princípios de uma acção puramente racional.
Pensar num jogo, é também pensar num outro jogo anterior e interior, aquele que se joga entre a razão e a emoção.
Desta maneira talvez possamos entender melhor a essência de um espectáculo como o futebol.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Metereologia e Futurologia

A Natureza lembra-nos de novo a sua força, que o digam as gentes dos Amiais de Baixo, do Canal e de Alcanena entre outros locais afectados. A metereologia, de facto, não parece estar do lado de quem trabalha, tal a rapidez e a impossibilidade de aviso ao minuto de tal fenómeno metereológico. Aquilo que parecia próprio de outras paragens, mora afinal aqui bem perto. É que, este tipo de fenómenos, sejam eles tornados, inundações, ondas de calor são, pelo menos assim parece, não uma uma excepção mas tendencialmente uma regra.
Os avisos têm vindo a ser feitos por diversas entidades, por exemplo, pelo Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, contudo nem todos parecem querer escutar. Não parece muito a temperatura média global do planeta ter aumentado 0,6º C no último século, no entanto, esta fracção decimal, tudo o indica, potencia a frequência e a severidade dos fenómenos metereológicos extremos.
É tempo de governarmos bem a nossa Casa, é que a Natureza, a nossa Casa (oikos), precisa bem menos de nós, do que aquilo que nós precisamos dela. Se queremos e desejamos o bom governo da nossa própria casa, se queremos e desejamos o bom governo das Nações, porque não havemos de querer e desejar o bom governo daquela que é verdadeiramente a nossa Casa?!

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Ditadura da imagem

A ditadura da imagem. Só aquilo que é visto parece ter valor ou, por vezes, tem verdadeiramente uma existência significativa. Veja se o caso recente do vídeo colocado no you tube que trouxe para a crista da onda a questão da violência no contexto escolar.
Despoletada pelo vídeo surge agora a discussão generalizada sobre o tema, concluindo-se em muitos casos que, afinal de contas, este não é um problema novo, a única novidade é mesmo que desta vez a situação foi filmada. Se a situação fosse parar às páginas de um qualquer jornal, diria se apenas que tinha sido mais um caso, assim como as imagens foram vistas e revistas, este tornou-se no caso.
Veremos pois se quando estas imagens saírem da retina restou algo que tenha ido para além das imagens em causa, que resista às ondas que hão de vir. Mais do que as imagens que duram o instante em que são vistas, ficam os projectos e as ideias que procuram dar sentido às circunstâncias que nos rodeiam.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Pensar

"Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais."
Alberto Caeiro

Quando pensar parece "incomodar", vamos parar para pensar, contra o "vento" e a "chuva". E que a serenidade nos acolha no seu abrigo.