Recentes constatações merecem a nossa atenção. Tem-se assistido a convulsões sociais com mais ou menos violência em países como o Haiti, Etiópia, Indonésia, Egipto que se devem à escalada do preço dos cereais. Só num ano o preço do trigo aumentou 130 % e do arroz aumentou 74 %. Tal aumento reflecte-se pois no preço pago pelos alimentos que são a base diária da alimentação das populações. Não é de estranhar, então, que a continuar a escalada dos preços aumentará em proporção as convulsões sociais.
É que, na verdade, como se sabe países de África ou do Sudeste Asiático estão altamente vulneráveis a este tipo de acontecimentos, as populações em si já possuem poucos recursos, verem-se agora a braços com o aumento dos preços da sua alimentação diária com certeza, aumentará ainda mais o seu grau de vulnerabilidade. Como se sabe, e vários exemplos históricos o demonstram, a fome é impulsionadora do protesto, do conflito e, também da guerra.
Se juntarmos a isto o facto de muitos destes países e as suas populações num futuro próximo poderem vir a sofrer um problema de escassez de água (provável origem de conflitos no século XXI) temos com certeza uma "bolha social" com consequências bem mais devastadoras do que aquela que recentemente deu origem à crise dos mercados bolsistas.
É caso para se dizer, "o mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer."
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