sexta-feira, 25 de abril de 2008

25 de Abril

Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena

Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade

Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena

À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade

Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade

José Afonso, "Grândola, Vila Morena"

terça-feira, 22 de abril de 2008

Dia da Terra


"Age de tal maneira que os efeitos da tua acção sejam compatíveis com a permanência de uma vida autenticamente humana sobre a terra." - Hans Jonas

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Inquietações

Recentes constatações merecem a nossa atenção. Tem-se assistido a convulsões sociais com mais ou menos violência em países como o Haiti, Etiópia, Indonésia, Egipto que se devem à escalada do preço dos cereais. Só num ano o preço do trigo aumentou 130 % e do arroz aumentou 74 %. Tal aumento reflecte-se pois no preço pago pelos alimentos que são a base diária da alimentação das populações. Não é de estranhar, então, que a continuar a escalada dos preços aumentará em proporção as convulsões sociais.
É que, na verdade, como se sabe países de África ou do Sudeste Asiático estão altamente vulneráveis a este tipo de acontecimentos, as populações em si já possuem poucos recursos, verem-se agora a braços com o aumento dos preços da sua alimentação diária com certeza, aumentará ainda mais o seu grau de vulnerabilidade. Como se sabe, e vários exemplos históricos o demonstram, a fome é impulsionadora do protesto, do conflito e, também da guerra.
Se juntarmos a isto o facto de muitos destes países e as suas populações num futuro próximo poderem vir a sofrer um problema de escassez de água (provável origem de conflitos no século XXI) temos com certeza uma "bolha social" com consequências bem mais devastadoras do que aquela que recentemente deu origem à crise dos mercados bolsistas.
É caso para se dizer, "o mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer."

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Emoção

O que vai sucedendo, por vezes, deixa-nos incrédulos, suscitando em nós um verdadeiro turbilhão de emoções. Perguntamos nós como é que o mundo dá tantas voltas em tão pouco tempo, o que à pouco era deixa agora de o ser, não só por o tempo não parar de correr por si mesmo mas também porque as circunstâncias e as pessoas nelas envolvidas tendem a renovar se constantemente.
De onde vem a força, a vontade para o ser humano se auto renovar, onde vai ele buscar esta quando ela parecia não existir?! Não é uma mera capacidade mental ou dita racional que nos dá aquele golpe de asa capaz de renovar o nosso ânimo.
Não sendo contrária à razão parece ser a emoção que nos conduz à transfiguração, à reviravolta anímica. Até porque a raiz da palavra emoção é e-movere, o verbo latino "mover", mais o prefixo "e-", significando "mover para", o que sugere um movimento com vista à sua exteriorização. É neste sentido que as emoções são impulsos para agir, quiçá tão fortes quanto os princípios de uma acção puramente racional.
Pensar num jogo, é também pensar num outro jogo anterior e interior, aquele que se joga entre a razão e a emoção.
Desta maneira talvez possamos entender melhor a essência de um espectáculo como o futebol.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Metereologia e Futurologia

A Natureza lembra-nos de novo a sua força, que o digam as gentes dos Amiais de Baixo, do Canal e de Alcanena entre outros locais afectados. A metereologia, de facto, não parece estar do lado de quem trabalha, tal a rapidez e a impossibilidade de aviso ao minuto de tal fenómeno metereológico. Aquilo que parecia próprio de outras paragens, mora afinal aqui bem perto. É que, este tipo de fenómenos, sejam eles tornados, inundações, ondas de calor são, pelo menos assim parece, não uma uma excepção mas tendencialmente uma regra.
Os avisos têm vindo a ser feitos por diversas entidades, por exemplo, pelo Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, contudo nem todos parecem querer escutar. Não parece muito a temperatura média global do planeta ter aumentado 0,6º C no último século, no entanto, esta fracção decimal, tudo o indica, potencia a frequência e a severidade dos fenómenos metereológicos extremos.
É tempo de governarmos bem a nossa Casa, é que a Natureza, a nossa Casa (oikos), precisa bem menos de nós, do que aquilo que nós precisamos dela. Se queremos e desejamos o bom governo da nossa própria casa, se queremos e desejamos o bom governo das Nações, porque não havemos de querer e desejar o bom governo daquela que é verdadeiramente a nossa Casa?!

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Ditadura da imagem

A ditadura da imagem. Só aquilo que é visto parece ter valor ou, por vezes, tem verdadeiramente uma existência significativa. Veja se o caso recente do vídeo colocado no you tube que trouxe para a crista da onda a questão da violência no contexto escolar.
Despoletada pelo vídeo surge agora a discussão generalizada sobre o tema, concluindo-se em muitos casos que, afinal de contas, este não é um problema novo, a única novidade é mesmo que desta vez a situação foi filmada. Se a situação fosse parar às páginas de um qualquer jornal, diria se apenas que tinha sido mais um caso, assim como as imagens foram vistas e revistas, este tornou-se no caso.
Veremos pois se quando estas imagens saírem da retina restou algo que tenha ido para além das imagens em causa, que resista às ondas que hão de vir. Mais do que as imagens que duram o instante em que são vistas, ficam os projectos e as ideias que procuram dar sentido às circunstâncias que nos rodeiam.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Pensar

"Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais."
Alberto Caeiro

Quando pensar parece "incomodar", vamos parar para pensar, contra o "vento" e a "chuva". E que a serenidade nos acolha no seu abrigo.