
Mas, se bem que os números e as notícias sirvam de alerta, não nos dão a realidade nua e crua do que se passa e a que poucos parecem estar imunes. É a dureza da realidade social causada pelo desemprego. Do pobre que já era pobre sabiamos nós mas agora temos tantos outros que não eram pobres, alguns que andavam na fronteira da pobreza é verdade, e que agora são pobres dissimulados, cuja vergonha da miséria e da pobreza não permite pedir ajuda ou mesmo dar qualquer sinal de tal facto. É para esta realidade que devemos estar particularmente atentos, percebendo à nossa volta os ecos, muitas vezes de baixo volume, que vão surgindo. Dramáticas situações merecem pois energéticas respostas. Exige-se estabilidade financeira é verdade e ,para isso, a banca precisa de ter as contas em ordem para também poder emprestar dinheiro e fomentar o consumo. Mas mais que isto exige-se uma profunda preocupação social capaz de dar resposta a um infindável número de pessoas concretas e reais que vivem no limite das suas parcas capacidades. É que viver no limite gera desespero e o desespero gera o conflito.