quarta-feira, 17 de setembro de 2008



O tempo corre sem cessar, corre rumo a um futuro quase sempre incerto, vindo de presente quase sempre pouco duradouro. É esta a roda-viva do tempo que nos envolve, entranhando-se profundamente na nossa derme. Nem mesmo a vontade férrea pode parar o tempo.

Mas desenganem-se aqueles que pensam que o tempo se inscreve apenas na derme. Este fixa-se ainda na história e na memória. Tanto mais é valioso o tempo, quanto o valor dos acontecimentos que nele decorrem. O tempo é, em primeiro lugar, o tempo que se alimenta incessantemente de si próprio, perpetuando-se a si mesmo, e em segundo lugar, é o tempo da relação do eu com os outros no mundo.

Não se vence o tempo, dá-se tempo ao tempo, e ele a seu tempo haverá de dizer de sua justiça.